sábado, 25 de setembro de 2010

Físicos afirmam ter criado material mais magnético do mundo

No cristal de Fe16N2, cada átomo de nitrogênio fica no centro de um aglomerado de seis átomos de ferro, com dois outros átomos de ferro unindo os diversos aglomerados. [Imagem: Jian-Ping Wang]


Limites do magnetismo
A teoria afirma que a intensidade do magnetismo de um material tem limites, o que provavelmente está correto. Mas o que está sob suspeita é onde esse limite se encontra.
A equipe do Dr. Jian-Ping Wang, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, sintetizou um material que é 18% mais magnético do que se acreditava possível.
O super ímã é formado por oito partes de ferro e uma parte de nitrogênio, um cristal não muito estável, cuja fórmula é Fe16N2.
Origem do magnetismo
Segundo reportagem da revista Science, a chave para o supermagnetismo está na estrutura extremamente complicada do cristal de Fe16N2.
O magnetismo de um material decorre do giro dos seus elétrons. Cada elétron funciona como um minúsculo magneto, com um campo magnético alinhado com o eixo do seu spin - quanto mais elétrons giram na mesma direção, maior se torna o magnetismo do material.
No cristal de Fe16N2, cada átomo de nitrogênio fica no centro de um aglomerado de seis átomos de ferro, com dois outros átomos de ferro unindo os diversos aglomerados.
Os elétrons que fluem entre os aglomerados comportam-se como os elétrons do ferro comum. Mas os elétrons dos átomos que circundam o átomo de nitrogênio tendem a ficar "travados" no lugar.
Como resultado, garante Wang, esses átomos contribuem para o magnetismo total do material de forma mais intensa do que os átomos individuais, aumentando a intensidade desse magnetismo.
Super ímã
Apesar dos resultados excepcionais, outros pesquisadores estão vendo os resultados com cautela, porque esse mesmo material já havia sido anunciado como um "super ímã" antes.
Um experimento anunciado por pesquisadores da empresa Hitachi contrariou essas observações - mas ninguém conseguiu repetir o experimento, e o assunto continua controverso até hoje.
O grande problema reside justamente na dificuldade de fabricar cristais de Fe16N2, que é metaestável e tende a se "quebrar" em outras estruturas cristalinas.
A equipe de Wang, no entanto, argumenta que vem aprimorando as técnicas há anos e que agora é capaz de crescer amostras de Fe16N2 estáveis.
Se esses novos ímãs puderem ser produzidos comercialmente, poderá ser possível, por exemplo, fabricar cabeças de leitura de discos rígidos menores e mais eficientes, permitindo colocar mais dados na mesma área e dando novo impulso ao crescimento da capacidade de armazenamento magnético.
Bibliografia:
Heavy Fermion-like metal &alfa;"-Fe16N2 with giant saturation magnetization
Nian Ji, Xiaoqi Liu, Jian-Ping Wang
APS March Meeting 2010 Proceedings
http://arxiv.org/ftp/arxiv/papers/0912/0912.0276.pdf

Um comentário:

  1. Como já sabemos, magnetismo é a capacidade de um material de atrair ou repelir outros materiais, a partir disso podemos verificar um avanço nessa área da física, como é mostrada nesta reportagem, com a invenção de um super ímã, que está se aproximando cada vez mais da realidade. Físicos tem estudado a complexidade da fórmula de um cristal para criar o material mais magnético do mundo, essa complexidade na fórmula que faz com que aumente o magnetismo do mesmo. A melhora das técnicas de desenvolvimento da estabilidade do Fe16N2 traz um grande avanço para o magnetismo e para a tecnologia, que sofrerá uma grande inovação que irá refletir em grandes melhoras no armazenamento magnético de dados, como por exemplo, a mesma quantidade de dados em uma menor área e com isso o desenvolvimento de menores aparelhos para seu armazenamento.

    ResponderExcluir